A questão da jornada de trabalho aos domingos foi debatida na audiência pública convocada pela deputada distrital Eurides Brito, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), Antônio Augusto Carvalho de Moraes, as vendas aos domingos são consideradas a segunda mais importante da semana. “A abertura está pacificada. Não podemos abrir mão desse importante faturamento. Os comerciários são remunerados com comissões maiores e recebem folgas compensatórias. A situação do comerciário de Brasília é diferenciada das demais cidades brasileiras”, observou Antônio Moraes.
No sentido contrário, a presidente Geralda Godinho de Sales, do Sindicato dos Comerciários do Distrito Federal (Sindicom-DF), considera lamentável a situação do trabalhador submetido a uma jornada adicional exaustiva com reflexos na sua saúde e na vida familiar. ”O comerciário hoje é o maior encostado do INSS. Ler, varizes, trombose e problemas psicológicos são doenças comuns nos trabalhadores do varejo”, denunciou Geralda. As lideranças sindicais presentes na audiência manifestaram preocupação com o desinteresse dos setores de concessionárias e de supermercados do Distrito Federal em negociar melhores condições para os comerciários, ressalvando o bom entendimento com a direção do Sindivarejista.
Segundo o Procurador do Trabalho Valdir Pereira da Silva, as péssimas condições a que ainda estão submetidos os comerciários por maus patrões precisam ter um fim. O centro da discussão não seria a abertura do comércio no domingo, mas, sim, as jornadas excessivas e as péssimas condições de trabalho. “Os partidários da abertura do comércio aos domingos e feriados sustentavam que essa prática ampliaria o emprego. Isto não aconteceu. Na realidade, houve um aumento brutal da jornada de trabalho”, acentuou Valdir da Silva. O Procurador acredita que seria possível, nessa etapa, a adoção de apenas um domingo trabalhado por mês. Essa proposta, se aceita, daria condição, na avaliação do Procurador, para o comerciário dedicar três finais de semana por mês para o descanso e convívio familiar.
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