MPT continua com as negociações para evitar paralisação dos ônibus

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A quarta reunião mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para resolver o impasse entre rodoviários e empresários terminou sem nenhum acordo. O Procurador Valdir Pereira da Silva fez propostas para que patrões e empregados chegassem a um consenso.

Em 3 de junho, o MPT propôs redução da jornada de trabalho para seis horas e reajuste salarial de 10% ao presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros do Distrito Federal (SETRANSP/DF), Wagner Canhedo. A proposta foi negada. Canhedo alegou que as empresas não têm condições de fazer novos compromissos. "Não é possível elevar o salário sem que a receita ou as horas trabalhadas aumentem. A nossa situação financeira está no vermelho", declarou.

Devido às dificuldades das negociações, o MPT sugeriu nova proposta insistindo na redução da jornada de trabalho para seis horas e aumento de 6% no salário. "Tivemos acesso a dados da Secretaria de Transportes (Setrans-DF) que nos permitem sugerir ajuste mínimo", afirmou Valdir da Silva. O Procurador se refere a estudos da Secretaria que apontam dados financeiros das empresas e mostram o incremento de mais de 30% na receita com o fim do transporte pirata. O empresário discordou e sugeriu que o acordo acertado entre patrões e empregados do ano passado continuasse valendo por mais 30 dias. "Quero fazer comparações dessas planilhas porque as nossas estão em defasagem", defendeu.

O secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Passageiros, Urbanos, Interestaduais, Especiais, Escolares, Turismo e Transportes de Cargas do Distrito Federal (SITTRATER), João Osório da Silva, disse que as empresas têm condições de pagar o que a categoria pede. "Os empresários não querem negociar, querem buscar subsídios do governo", afirmou. Os rodoviários também não concordam com o reajuste de 6%, pois alegam estar aquém do que eles querem.

O MPT procura alternativas para que não haja paralisação total do sistema de transportes urbanos na capital federal. “A greve é um direito constitucional, mas deve ser estabelecida dentro de parâmetros legais”, observou o Procurador Valdir da Silva. (JR)
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