Procuradores do Trabalho ministram cursos

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Os Procuradores da Procuradoria Regional do Trabalho da 10° Região (DF e Tocantins) Alessandro Santos de Miranda, Erlan José Peixoto do Prado, Fábio Leal Cardoso e Ronaldo Curado Fleury ministrarão cursos para os 36 novos Procuradores do Trabalho aprovados no 13° concurso para o cargo, empossados na tarde dessa quinta-feira (28/6).


Entre os temas a serem ministrados estão: Combate à exploração do Trabalho Portuário e Aquaviário; Combate às Irregularidades Trabalhistas na Administração Pública; Erradicação do Trabalho Escravo; e Defesa do Meio Ambiente.


Para enfatizar a importância de se divulgar as ações do MPT, o tema “O Ministério Público do Trabalho e a Mídia”, terá ênfase da Procuradora-Geral do Trabalho Sandra Lia Simón e da Assessora de Comunicação Social da PGT, Layrce de Lima. O objetivo é ressaltar para os novos procuradores a importância das assessorias de imprensa também dentro de cada uma das Regionais.


O Curso de Iniciação para Procuradores do Trabalho teve início na sexta-feira (29/6) e seguirá até o dia 6 de julho, sempre no auditório principal da Escola Superior do MPU, na L2 Sul, em Brasília.


A função dos Procuradores do Trabalho é atuar em defesa dos direitos dos trabalhadores, investigando denúncias realizadas por sindicatos ou pelos próprios empregados. As reclamações podem ser feitas por meio de carta, telefone, fax, via e-mail ou pessoalmente.

Procuradores do Trabalho inspecionam aeroporto de São José dos Campos

Os Procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) do Distrito Federal, Alessandro Santos de Miranda e Ludmila Reis Brito Lopes, inspecionam, na próxima segunda-feira, 2 de julho, o aeroporto de São José dos Campos (SP). No dia 12/7 os Procuradores do Trabalho irão ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), no Rio de Janeiro. As próximas inspeções ocorrerão nos dias 17/7, no aeroporto de Porto Alegre, 20/7, no de Cuiabá, 26/7, em Belém, e em 2 de agosto estarão em Natal.



As inspeções tomam por base o relatório sobre as condições de trabalho dos controladores de vôo, apresentado dia 4 de junho aos senadores da CPI do Apagão Aéreo. A análise técnica, feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), levantou dez causas da crise e elaborou 40 propostas práticas e concretas para a solução dos problemas, principalmente no que tange às condições laborais dos controladores de tráfego aéreo.

Procuradores do Trabalho fazem inspeção no Cindacta I, em Brasília

terça-feira, 26 de junho de 2007



Os Procuradores do Trabalho Alessandro Miranda e Ludmila Brito Lopes falam sobre inspeção no Cindacta de Brasília


Os Procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) Alessandro Santos de Miranda e Ludmila Reis Brito Lopes fizeram uma inspeção no Cindata I, em Brasília, na manhã desta terça-feira, 26/6. À tarde, em entrevista coletiva, eles relataram que a rotina dos controladores parece estar normal, sendo que existe um grupo de 327 controladores operando em sistema de escalas e há outros 16 controladores civis passando por um curso de capacitação para poder começar a atuar.


Apesar da aparente normalidade, Alessandro Santos de Miranda, coordenador da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho (Codemat) no MPT, afirma que esse número ainda não é suficiente. Esse é o motivo pelo qual a Aeronáutica está trazendo controladores de outros estados para suprir as necessidades do Cindacta de Brasília. Para o Procurador do Trabalho, “o sistema aéreo brasileiro tem muito a melhorar”. Mesmo assim ele garante que se sente seguro em voar.


Até agora já foram visitados quase 40 aeroportos. As últimas inspeções foram realizadas nos Cindactas de Curitiba, Recife e Manaus. As próximas inspeções estão previstas para o mês de julho. Dia 2 será a vez do aeroporto de São José dos Campos, interior de São Paulo. Dia 12 os Procuradores do Trabalho estarão no Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), no Rio de janeiro.


No cronograma das inspeções estão os aeroportos de Porto Alegre (17/7), Cuiabá (20/7), Belém (26/7) e Natal (2/8). De acordo com Alessandro Miranda, as inspeções visam avaliar as condições de trabalho dos controladores de vôo.


Um relatório detalhado sobre o problema foi apresentado pelo coordenador da Codemat aos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo no início deste mês (4/6). O relatório traz os resultados das investigações realizadas nos 35 principais aeroportos das capitais e do interior do País.


A análise técnica, feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), levantou dez causas da crise e elaborou 40 propostas práticas e concretas para a solução dos problemas, principalmente no que tange às condições laborais dos controladores de tráfego aéreo.


As dez causas da crise do setor aéreo brasileiro:


1) número insuficiente de Controladores de Tráfego Aéreo para prestar adequadamente os serviços de monitoramento de aeronaves no espaço aéreo brasileiro;


2) número insuficiente do efetivo correspondente às demais áreas operacionais do controle de tráfego aéreo, principalmente de especialistas técnicos para resolverem, por exemplo, problemas com os equipamentos utilizados, como os que acontecem nas panes dos sistemas operacionais de alguns dos Órgãos de Controle, o que pode interromper o tráfego aéreo no país;


3) ausência de quadro reserva de Controladores;


4) excesso da Carga de Trabalho Mensal (CTM), mormente pelo desempenho das demais atividades militares previstas no Regulamento Interno de Serviços da Aeronáutica – RISAER (Decreto nº 76.780, de 11/12/75), como, por exemplo, as de ordem administrativa, os juramentos, formaturas, desfiles e exercícios militares, serviços de guarda armada, fiscalização de provas etc.;


5) a questão do salário, considerado pelos Controladores de Tráfego Aéreo baixo para o grau de responsabilidade da operação de monitoramento do espaço aéreo, o que torna a carreira sem atrativos e possibilita a elevada evasão dos profissionais;


6) ausência ou isuficiência de estudos ergonômicos no setor, tanto na questão do mobiliário quanto na questão da organização do trabalho, com uma concepção dos meios de trabalho que não leva em consideração os limites do funcionamento cognitivo do homem;


7) a fadiga e outros transtornos de saúde ocasionados pela sobrecarga de trabalho, principalmente devido aos turnos alternados de escala, provocando indesejadas alterações no ritmo biológico dos Controladores, gerando desde problemas de sono e de relacionamento familiar até distúrbios gastrointestinais e hipertensão, entre outros;


8) o esforço mental exacerbado por parte dos Controladores quando os equipamentos apresentam defeitos, dificultando a captação das informações e a realização das comunicações;


9) existência de tríplice regime legal regendo os Controladores de Tráfego Aéreo, criando diferenças que ocasionam, entre outras, dificuldades à gestão e aos relacionamentos humanos, podendo ocorrer, também, o assédio moral horizontal, ou seja, entre colegas de profissão;


10) a grande complexidade do arranjo institucional da aviação civil e a fragilidade da articulação interinstitucional, o que permite, por exemplo, o aumento da concessão de linhas aéreas, inclusive de vôos charters, sem o devido acompanhamento do efetivo operacional de controle do tráfego aéreo, causando distorções no sistema.


Quarenta proposta de superação da crise aérea brasileira e manutenção de um sistema operacional de monitoramento de aeronaves seguro, tem-se:


1) redimensionamento do quadro de Controladores de Tráfego Aéreo para melhor atender às necessidades do setor. As fórmulas de cálculo de pessoal devem ter presentes todos os fatores pertinentes, como o número de horas de atividade dos diferentes postos de trabalho; o número e a duração dos turnos; as horas de trabalho; dias festivos, férias anuais, períodos de descanso, licenças por motivos de maternidade e outros dias livres; número de dias não trabalhados por motivos de enfermidade; tempo necessário para ocupar postos distintos do de controle propriamente dito; tempo necessário para ministrar cursos periódicos de formação, especialização ou de atualização de conhecimentos; diminuição do número de Controladores por motivo de aposentadoria, incapacidade médica, evasão e demissões;


2) contratação prioritária de aproximadamente 600 (seiscentos) novos Controladores para a prestação adequada dos serviços de monitoramento do espaço aéreo brasileiro, sem considerar futuras autorizações para novas linhas aéreas pelos Órgãos competentes, as quais também demandariam novas contratações, considerando-se, ainda, a possibilidade de criação de um quadro reserva de Controladores de Tráfego Aéreo;


3) contratação de especialistas técnicos suficientes para resolverem, por exemplo, problemas com os equipamentos utilizados, como os que acontecem nas panes nos sistemas operacionais de alguns dos Órgãos de Controle, o que pode interromper o tráfego aéreo no país;


4) com vistas a garantir a segurança aérea, não se deve recorrer a pessoal de controle avulso, seja nacional ou estrangeiro, que não possua as qualificações nacional e internacional requeridas;


5) em caso de ser criado um órgão civil responsável pelo monitoramento do tráfego aéreo no país, deve haver a realização de concursos públicos para provimento do seu quadro de pessoal, sendo facultada a criação de carreira em extinção dos Controladores de Tráfego Aéreo hoje em atividade, até a extinção da última destas funções, garantida a eqüidade, principalmente salarial, entre as carreiras;


6) em caso de ser criado um órgão civil responsável pelo monitoramento das aeronaves comerciais, deverá haver a separação orgânica entre as instituições civis e militares, inclusive no que se refere aos ambientes, sistemas e equipamentos para a prestação dos serviços de controle do tráfego aéreo, haja vista a necessidade de preservação da segurança nacional referente às atividades militares, o que demandaria vultosos investimentos no setor;


7) observação rigorosa da capacidade de controle, consistente no número máximo de aeronaves que podem ser monitoradas simultaneamente por um Controlador de Tráfego Aéreo, adotando-se, como parâmetros, a disponibilidade deste, a distância média percorrida pelas aeronaves no setor, o número de comunicações para cada vôo, o tempo médio de duração de cada mensagem, a velocidade média das aeronaves no setor, entre outros;


8) realização, durante a vigência da relação de trabalho, dos Períodos de Instrução (PI) mensais para a melhor capacitação e atualização dos Controladores de Tráfego Aéreo, os quais deverão ser computados como hora de instrução dentro do turno de serviço;


9) necessidade de fluência na língua inglesa, não sendo aceitável tão somente o conhecimento da fraseologia padronizada nas comunicações, sendo também importante que os Controladores possuam fluência na língua espanhola, principalmente nas áreas limítrofes do país, em virtude do grande número de aeronaves provenientes dos países vizinhos;


10) continuidade das políticas internas de educação e formação habituais;



11) planejamento da Carga de Trabalho Mensal (CTM), sempre precedido de estudo minucioso dos dados estatísticos de movimento e suas projeções para um período de tempo determinado, de forma que os serviços operacionais dos Órgãos de Controle abranjam todo o horário de funcionamento destes;



12) respeito aos valores mínimos e máximos da Carga de Trabalho Mensal (CTM) dos Controladores de Tráfego Aéreo, devendo-se incluir nesta as demais atividades militares previstas no Regulamento Interno de Serviços da Aeronáutica – RISAER (Decreto nº 76.780, de 11/12/75), o tempo necessário para realizar o briefing (no início e no fim da jornada), o tempo de sobreaviso parcial ou total, bem como os Períodos de Instrução (PI) e de Repouso (PRe), de forma a difundir a cultura de que atuações que venham impor uma CTM acima da aceitável não podem ser toleradas, partindo do fato de que os Controladores de Tráfego Aéreo lidam com vidas humanas e que, para o desempenho de suas funções, devem estar descansados e atentos, tanto sob o aspecto físico quanto sob o psicológico;


13) o gozo efetivo do Período de Repouso (PRe) do Controlador, não inferior a 15 (quinze) minutos, durante um turno de serviço, entre 02 (dois) períodos consecutivos de ocupação ininterrupta (POI) de uma posição operacional;


14) dado que as horas extraordinárias não são desejáveis por razão de segurança do ponto de vista social, estas devem ser evitadas;


15) majoração da gratificação específica para os Controladores e demais especialistas que lidam com o monitoramento do tráfego aéreo no país, de modo a tornar a carreira atrativa, evitando-se a evasão da mesma, proibindo o acúmulo de outras atividades profissionais com a estipulação de dedicação exclusiva, bem como garantindo uma melhor qualidade de vida para aqueles;


16) extinção dos turnos alternados de escala, os quais ocasionam sobrecarga de trabalho por produzir forte alteração no ritmo biológico, gerando desde problemas de sono e de relacionamento familiar até distúrbios gastrointestinais e hipertensão, entre outros;


17) necessidade de prever a atividade como essencial para fins de greve, acaso regulamentado por lei, com estipulação de percentual elevado para prestação dos serviços de monitoramento do tráfego aéreo, a fim de não se permitir a indesejável interrupção destes;

18) melhoria do meio ambiente do trabalho dos Órgãos de Controle (ACC, APP e TWR) para que, dentro do possível, sejam climatizados e possuam Sala de Briefing, copa e cozinha, salas para descanso com sofás e poltronas, televisores e computadores, banheiros masculino e feminino, assim como quartos de descanso e armários para guarda de pertences. Devem ser previstas e efetivamente disponíveis em todas as dependências facilidades para o recreio, descanso, bem estar e instalações sanitárias. As salas de descanso devem estar separadas do local de trabalho e das instalações de recreio;


19) com a finalidade de evitar a proliferação de doenças respiratórias, e para ajustar as condições térmicas às características dos usuários e à natureza do trabalho, faz-se necessária à revisão dos sistemas de ar condicionado, compreendendo manutenção, limpeza e eficiência de seus dutos, de modo a evitar a “Síndrome do Edifício Doente”;


20) os Órgãos de Controle devem ser dotados de saídas de incêndio ou de emergência;


21) a iluminação deve ser provida de forma a evitar ofuscamentos, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos, pois, se não observada, pode gerar desconforto e dificuldades para a execução das tarefas. Os níveis mínimos de iluminação a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na Norma Regulamentadora 17, do Ministério do Trabalho e Emprego, e na NBR 5.413, Norma Brasileira registrada no INMETRO;


22) necessidade de realização de estudos ergonômicos, buscando o resgate do respeito ao ser humano no ambiente laboral, de forma a se alcançar não apenas o aumento da produção relativa à capacidade de controle, entre outras, mas, sobretudo, uma melhor qualidade de vida no trabalho, de conformidade com o disposto na Norma Regulamentadora 17 do Ministério do Trabalho e Emprego;


23) participação da equipe de saúde, onde houver, e, principalmente, dos Controladores de Tráfego Aéreo e demais especialistas envolvidos na adequação do mobiliário e demais processos da organização do trabalho, valorizando o profissional e adequando as ordens prescritas ao trabalho real efetuado;


24) participação positiva e atuante dos Controladores de Tráfego Aéreo para a contabilidade dos sistemas, de forma a promover a confiabilidade do sistema e das relações interpessoais;


25) avaliação das representações sociais dos Controladores de Tráfego Aéreo sobre suas saúdes e as práticas desenvolvidas pelo Sistema de Saúde da Aeronáutica, objetivando contribuir para a adoção de políticas de promoção e proteção da segurança da aviação;

26) implantação dos “Setores de Apoio ao Homem” (ICA 164-1, de 12/06/02) e das Comissões Internas de Prevenção a Acidentes, além dos Programas de Gestão pela Qualidade (ICA 164-1, itens 3.2 e 3.3.2) nos Órgãos de Controle em todo o país;



27) lotação de profissionais de medicina e psicologia nos ambientes laborais, de forma a promover o acompanhamento constante da saúde mental dos Controladores, principalmente em casos de incidentes ou acidentes aéreos;


28) elaboração de estatísticas das principais causas das concessões das licenças, com indicação da Classificação Internacional de Doenças (CID) para avaliação e eliminação dos riscos à saúde ocasionados pela profissão;


29) verificação do nexo técnico-epidemiológico entre as tarefas desempenhadas e as doenças resultantes em função das condições específicas de trabalho a que estão submetidos os Controladores de Tráfego Aéreo e demais integrantes do efetivo operacional;


30) implantação, no prazo estipulado pela Organização da Aviação Civil Internacional – OACI, da meta concernente ao monitoramento das aeronaves por redes de satélites, com a conseqüente modernização de todos os equipamentos operacionais;


31) participação efetiva dos Controladores de Tráfego Aéreo e demais integrantes do efetivo operacional na determinação de suas condições de emprego e de serviço, além de serem consultados sobre o desenho, a planificação e a aplicação das condições técnicas relativas aos sistemas de controle de tráfego aéreo, por exemplo, por meio de estabelecimento de comitês paritários compostos de organizações de Controladores e de autoridades do monitoramento de tráfego aéreo;


32) necessidade de redimensionamento do espaço aéreo de responsabilidade de um Órgão de Controle, por intermédio de sua setorização operacional, haja vista a análise de vários fatores: configuração da rede ATS (número de rotas, número de interseções entre estas, proporção de aeronaves em vôo niveladas, características destas), distribuição geográfica do tráfego aéreo e, sobretudo, a capacidade dos Controladores;


33) realização de auditorias com vistas a definir a capacidade do sistema ATC e da carga de trabalho dos Controladores de Tráfego Aéreo, de modo a promover um nível ótimo de segurança e menos desgaste físicos e mentais àqueles;


34) permissão para que a Organização da Aviação Civil Internacional - OACI, a Organização Internacional do Trabalho – OIT - e a Organização Mundial de Saúde - OMS, entre outras instituições, realizem auditorias no âmbito do Programa Universal da Vigilância da Segurança Operacional – PUVSO – acerca dos efeitos da fadiga e do estresse sobre os Controladores de Tráfego Aéreo, a fim de fixar as normas internacionais mínimas relativas às horas de trabalho e aos períodos de descanso para os mesmos;


35) criação, no país, de um banco de dados de incidentes e acidentes, de observações ou de sugestões, com a finalidade de salvaguardar a segurança do Controlador;


36) efetiva articulação entre os diversos Órgãos envolvidos, tendo em vista a complexidade do arranjo sistêmico da aviação civil no país, com melhor definição das tarefas e transparência das decisões;


37) exigência de que todos os membros consultivos da Comissão de Coordenação de Linhas Aéreas Regulares – COMCLAR - emitam e divulguem, para ampla publicidade, manifestações devidamente fundamentados para as autorizações ou negativas de concessões de novas linhas ou alterações dos Horários de Transporte (Hotran), de modo que haja a precedente análise criteriosa das condições do sistema de tráfego aéreo no país, a gestão eficiente deste, a devida transparência e o impedimento de abusos por parte das autoridades administrativas;


38) exigência de processo licitatório para a concessão de linhas comerciais, como também para a utilização de bens públicos, como ocorre no caso da infraestrutura aeroportuária;


39) revisão de toda a regulamentação legal (Portarias, Resoluções, Instruções, Manuais etc.) relacionada à prestação do serviço de transporte aéreo de passageiros no sentido de adequá-la às disposições do Código de Defesa do Consumidor e do Código Civil Brasileiro, entre outros;


40) divulgação, em tempo real, pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – Infraero – e pelas companhias aéreas, de todas as informações necessárias ao consumidor no caso de atrasos de vôos, quanto às causas do atraso, o tempo máximo de espera, os direitos referentes à troca de passagens aéreas, o ressarcimento de despesas de alimentação, transporte e hospedagem, os procedimentos em caso de extravio de bagagens e localização, nos aeroportos, dos postos de reclamações.


Procurador do Trabalho inspeciona Cindacta de Manaus

quarta-feira, 20 de junho de 2007

O Procurador do Trabalho Alessandro Santos de Miranda, da Procuradoria Regional do Trabalho 10ª Região – Distrito Federal e Tocantins, fará amanhã, quinta-feira (21/6), uma inspeção no Cindacta de Manaus (AM). No dia dois de julho estará no aeroporto de São José dos Campos (SP), seguindo logo depois para o do Rio de Janeiro (RJ).


De acordo com Alessandro Miranda, responsável pela Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat), as inspeções tomam por base o relatório sobre as condições de trabalho dos controladores de vôo. A íntegra do relatório já foi apresentado aos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo e traz os resultados das investigações realizadas nos 35 principais aeroportos das capitais e do interior do País.


A análise técnica, feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), levantou dez causas da crise e elaborou 40 propostas práticas e concretas para a solução dos problemas, principalmente no que tange às condições laborais dos controladores de tráfego aéreo.

Artigo

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Controladores de Tráfego Aéreo
(publicada no Jornal do Brasil em 13/06/2007)

Alessandro Santos de Miranda*


O Ministério Público do Trabalho (MPT), no âmbito de suas atribuições constitucionais, com o intuito de colaborar no debate sobre a “crise do setor aéreo brasileiro” e visando contribuir, de forma concreta, para a solução dos, elaborou, após 05 meses de investigações nos 35 principais aeroportos do país, um Relatório com a análise técnica das condições laborais dos Controladores de Tráfego Aéreo, levantando 10 causas e 40 propostas concretas para a solução da referida crise.


De acordo com o Relatório, o número insuficiente de Controladores (2.904 em todo o país) é um dos problemas, sendo necessária a contratação prioritária de 600 daqueles para desafogar o tráfego aéreo hoje, sem considerar as concessões de novas linhas aéreas no futuro. Já existe previsão em lei para a contratação de 244 Controladores, sendo necessária a criação emergencial de outras 356 vagas.


A análise técnica feita pelos Procuradores do Trabalho também alerta para a carência de outros especialistas nos Órgãos de Controle, como meteorologistas, mecânicos de aeronaves, técnicos em eletrônica, em eletromecânica e em informática. A presença desses especialistas é importante para resolver possíveis panes no sistema operacional, de modo a impedir ou minora indesejáveis interrupções do tráfego aéreo.


Outro problema é o tríplice regime legal (militar, estatutário e celetista) que rege os Controladores, o que cria diferenças que ocasionam, entre outras, dificuldades à gestão e aos relacionamentos. O MPT entende que a desmilitarização é uma questão de governo que foge às suas atribuições constitucionais, mas adverte que em caso de criação de um órgão civil responsável pelo monitoramento das aeronaves no país deve haver a realização de concursos públicos, sendo facultada a criação de carreira em extinção para abrigar os Controladores hoje na ativa, garantida a eqüidade entre as mesmas, sendo também necessária a separação físico-orgânica das instalações e equipamentos, por questão de segurança nacional, o que demandará gastos vultosos do Governo. Hoje os sistemas da Defesa Aérea e do tráfego comercial são compartilhados.


O MPT aponta outras sugestões para a solução da crise: a observância da capacidade de controle (número de aeronaves que podem ser monitoradas simultaneamente), o redimensionamento do espaço aéreo brasileiro e do número de profissionais para monitorar o fluxo deste em cada Órgão de Controle.


Segundo o relatório, a capacitação técnica é a mesma para os Controladores civis e militares e dura 09 meses. Os militares têm mais 15 meses de formação militar. A língua oficial da aviação internacional é o inglês. Tanto a Aeronáutica quanto a Infraero estão providenciando cursos de elevação de nível aos Controladores, pois em março do próximo ano auditores da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) realizarão provas de nivelamento dos mesmos.


Além da fluência em inglês, e não só da fraseologia técnica, como ocorre hoje, o MPT sugere também a fluência língua espanhola, em virtude de ser esta falada na maioria dos países da América do Sul. Ainda, propõe que haja capacitações mais constantes, dentro dos turnos de trabalho, para formação e atualização dos Controladores, além da continuidade das políticas internas de educação, mesmo com as ocasionais trocas do Comando da Aeronáutica.


Outra causa da crise é o excesso da Carga de Trabalho Mensal (CTM), muitas vezes extrapolada devido à obrigatoriedade de cumprir outras atividades militares, como as formaturas, juramentos, desfiles e exercícios militares, serviços de guarda armada, entre outras. Para tanto, deve haver o efetivo respeito dos valores mínimos e máximos da CTM, o gozo efetivo do repouso devido à necessidade de reposição orgânica dos Controladores de Tráfego Aéreo, bem como a proibição para trabalhar em horas extras. O fato de os Controladores e demais efetivo operacional prestarem seus serviços em turnos alternados de escala (manhã, tarde e noite, alternadamente) também causa fadiga e outros transtornos de saúde, pois há prejuízos ao ritmo biológico daqueles.


Os salários são considerados baixos pelos próprios Controladores de Tráfego Aéreo e variam entre R$ 2.700,00 e R$ 3.400,00 para os militares, e entre R$ 1.565,89 e R$ 8.996,73 para os celetistas subordinados à Infraero, segundo o plano de cargos e salários desta. Como conseqüência, muitos Controladores relataram nas investigações que fazem dupla jornada (trabalham em outras atividades) para complementar a renda mensal, podendo trabalhar entre 10 e 15 horas por dia, o que traz o indesejável cansaço físico aos mesmos.


Com relação ao meio ambiente do trabalho, foi constatado que, ao contrário do que se imaginava, o maior motivo das doenças ocupacionais e dos afastamentos corresponde às doenças respiratórias, resultado da “Síndrome do Edifício Doente” (ar condicionado central que propicia a proliferação de agentes infectantes), e não aos transtornos comportamentais


É essencial, para a eficácia e a segurança do sistema de controle de tráfego aéreo, dispor de meios que permitam o planejamento adequado do pessoal e da carreira. Estes programas devem ter presentes todos os fatores pertinentes, como são as flutuações sazonais, as previsões de tráfego aéreo a curto e médio prazo, a capacidade dos sistemas, a carga de trabalho, a capacidade dos Controladores de monitorar o tráfego, o número de postos de monitoramento necessário e as fórmulas de cálculo deste, além do nível da competência e da qualificação do pessoal. É desejável, a este respeito, uma cooperação mais estrita entre as companhias aéreas, a Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA - e os serviços de tráfego aéreo, com vistas a superar, em parte, a instabilidade e as flutuações inerentes a estes fatores.


Neste sentido, é necessário que o Poder Público envide esforços com o objetivo de tornar o controle do tráfego aéreo plenamente compatível com as demandas do setor e do país, por intermédio do aperfeiçoamento e da ampliação dos recursos materiais e humanos, a fim de possibilitar o alcance de um efetivo incremento na eficiência e eficácia da ação governamental, justificando o elevado investimento realizado por meio dos tributos arrecadados da sociedade.


Torna-se, assim, evidente que o controle de tráfego aéreo é muito mais um problema social e institucional, uma vez que existem diversos interesses dos diferentes atores envolvidos: Controladores e outros especialistas, Aeronáutica, Agências Reguladoras e empresas públicas, companhias aéreas, associações e sindicatos, Governo e usuários.


*Procurador do Trabalho da Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região e coordenador da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho - CODEMAT

Procurador do Trabalho faz inspeção no aeroporto de Recife

quinta-feira, 14 de junho de 2007

O Procurador do Trabalho Alessandro Santos de Miranda, da Procuradoria Regional do Trabalho 10ª Região – Distrito Federal e Tocantins, fará uma inspeção no Cindacta de Recife (PE), nesta segunda-feira, 18 de junho. Dando continuidade ao trabalho iniciado dia 13, no Paraná, o Procurador do Trabalho irá também ao aeroporto de Manaus (AM), dia 21, quinta-feira. O último da lista é o aeroporto de São José dos Campos (SP), com inspeção prevista para 2 de julho.


O coordenador da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho (Codemat), Alessandro Miranda, estará acompanhado da Procuradora do Trabalho Ludmila Reis Brito Lopes, também da PRT10ª Região, e de um procurador da respectiva Regional. As inspeções tomam por base o relatório sobre as condições de trabalho dos controladores de vôo.


O relatório, já apresentado aos senadores da CPI do Apagão Aéreo, traz os resultados das investigações realizadas nos 35 principais aeroportos das capitais e do interior do País. A análise técnica feita, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), levantou dez causas da crise e elaborou 40 propostas práticas e concretas para a solução do problema, principalmente no que tange às condições laborais dos controladores de tráfego aéreo.

Senadores fazem debate sobre erradicação do trabalho infantil

quarta-feira, 13 de junho de 2007

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realizou na manhã desta quarta-feira, 13/6, audiência pública, na sala 9 da Ala Alexandre Costa, para avaliar o Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente. A Procuradora do Trabalho, Valesca Monte, responsável pelo Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil no Distrito Federal, e integrante da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho Infantil e do Adolescente do Ministério Público do Trabalho (MPT), participou da sessão na CAS.


Os senadores discutiram sobre os objetivos do plano com representantes do governo, de entidades empresariais e do Ministério Público do Trabalho (MPT). O plano visa a coordenar as diversas ações direcionadas à eliminação do trabalho infantil no País. Além dos parlamentares e de representantes de órgãos do governo, participaram da audiência 27 crianças do Projeto Catavento, que atende meninos e meninas de duas áreas carentes do Distrito Federal.


A busca desse objetivo motivou a assinatura do termo de repactuação do compromisso para prevenção e eliminação do trabalho infantil e proteção do adolescente trabalhador no Distrito Federal pelo Governador José Roberto Arruda, na manhã de terça-feira, 12 de junho, dia de mobilização mundial contra o trabalho infantil.


No documento o Governador do DF se comprometeu a empreender esforços para que o Distrito Federal seja a primeira unidade da Federação a erradicar o trabalho infantil, com prazos e metas definidas. A assinatura do documento aconteceu durante as celebrações no Conjunto Cultural da República, em Brasília, na presença de crianças e autoridades.


O Ministério Público do Trabalho atua de forma coordenada em todo País pelo combate ao trabalho infantil e regularização do trabalho do adolescente. Algumas metas foram traçadas para enfrentamento imediato de determinadas atividades, consideradas piores formas de trabalho ou que evidenciam situações de risco para crianças e adolescentes. São elas: trabalho infantil doméstico, atividades ilícitas (exploração sexual e tráfico de drogas), trabalho em regime de economia familiar, trabalho nos lixões e regularização do trabalho do adolescente.

MPT inspeciona quatro aeroportos

O Procurador do Trabalho Alessandro Santos de Miranda, da Procuradoria Regional do Trabalho 10ª Região – Distrito Federal e Tocantins, começa hoje (13/6) a inspecionar aeroportos de quatro capitais. O primeiro Cindacta a ser inspecionado é o de Curitiba (PR). Dia 18/6 o Procurador estará no Cindacta em Recife (PE), três dias depois no de Manaus (AM). O último da lista é o de São José dos Campos (SP), com inspeção prevista para o dia 2 de julho.


O coordenador da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho (Codemat), Alessandro Miranda, em cada aeroporto estará acompanhado da Procuradora do Trabalho Ludmila Reis Brito Lopes, também da PRT10ª Região, e de um procurador da respectiva região. As inspeções tomam por base o relatório sobre as condições de trabalho dos controladores de tráfego aéreo.


O relatório traz os resultados das investigações realizadas nos 35 principais aeroportos das capitais e interior do País. A análise técnica feita, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), levantou dez causas da crise e elaborou 40 propostas práticas e concretas para a solução do problema, principalmente no que tange às condições laborais dos controladores de tráfego aéreo.



O Relatório


No Brasil, enquanto o movimento de aeronaves cresce 6% ao ano, o número de controladores cai 3% no mesmo período, aponta o relatório do Procurador do Trabalho, gerando insuficiência no número de controladores. Apenas aumentar o número de controladores não resolve a crise.


Os problemas e apagões aéreos começaram em setembro do ano passado, logo após o acidente envolvendo o avião da Gol e o Legacy, que resultou na morte de 154 pessoas. Existem ainda crises relacionadas à saúde e ao meio ambiente de trabalho.


Algumas das soluções apresentadas no relatório:


  • Capacitação e habilitação – realizar cursos de capacitação habituais para a formação e atualização, fluência em inglês e espanhol e continuidade das políticas internas de educação (hoje exige-se apenas o 2º Grau completo, formação de dois anos para militar e nove meses para civil, e curso de elevação de nível em inglês);

  • Carga horária – fazer um planejamento da carga de trabalho mensal, devendo ser respeitado; uso obrigatório do período de repouso e não ter horas extras (os militares possuem funções fora da sala de controle, o que sobrecarrega seus trabalhos);

  • Turnos de serviço operacional – acabar com os turnos alternados de trabalho; atualmente o turno é alternado, causando fadiga e outros transtornos à saúde, ocasionados pela sobrecarga de atividades;

  • Salários – por existir controladores militares e civis os salários são diferentes e a solução é promover um aumento da gratificação específica para os controladores e demais especialistas, tornando a profissão mais atrativa e garantindo melhor qualidade de vida;

  • Meio ambiente de trabalho e licenças médicas – revisar o sistema de ar condicionado e realizar análise ergonômica dos móveis, favorecer a lotação de profissionais de medicina e psicologia nos ambientes laborais, permitindo acompanhamento constante da saúde mental e física dos controladores.


ANPT encaminha lista tríplice ao Legislativo e ao STF

A Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) encaminhou, nesta terça-feira (12/06), a lista tríplice com os nomes dos candidatos mais votados entre os quatro ramos do Ministério Público da União (MPU) para o cargo de procurador-geral da República ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arlindo Chinaglia, à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, e a todos os ministros do Supremo. O encaminhamento objetiva informar aos parlamentares e ao Supremo o resultado da eleição realizada pelos integrantes do MPU.


Computando-se o total geral de votos nas listas elaboradas pela Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), pela Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM), pela Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT) e pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Ela Wiecko de Castilho, aparece em primeiro lugar, seguida do atual PGR, Antônio Fernando de Souza, e do subprocurador-geral da República Wagner Gonçalves.


Embora não haja previsão legal de elaboração da lista tríplice, em duas ocasiões o presidente Lula prestigiou a consulta dos procuradores, indicando Cláudio Fonteles em 2003 e Antônio Fernando de Souza em 2005. Nos dois anos a lista foi formada apenas por votação realizada pela ANPR. Esta é a primeira vez que a ANPT, ANMPM e AMPDFT promovem a consulta.


De acordo com o texto da Constituição Federal vigente (art. 128, §1°), o procurador-geral da República é chefe de todo o MPU, ou seja, do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Ministério Público Militar (MPM) e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Nessa condição, exerce relevantíssimas atribuições que afetam, diretamente, o quotidiano dos membros e a atuação institucional dos quatro ramos, como a iniciativa de projetos de lei, a apresentação de proposta orçamentária, enfim, a resolução das questões administrativas comuns ao MPU. Desse modo, todos os integrantes do MPU estão legitimados a participar da formação da lista tríplice.


A eleição para formação da lista tríplice foi realizada no dia 25 de maio e, no dia 28, a lista tríplice foi encaminhada ao presidente Lula, a quem cabe fazer a indicação do próximo procurador-geral. O mandato do atual procurador-geral da República se encerra no próximo dia 30. Até lá, o indicado pelo presidente deverá ser sabatinado pelo Senado Federal.


De acordo com o presidente da ANPT, Sebastião Vieira Caixeta, Lula deverá fazer sua indicação nos próximos dias. “Estamos ansiosos pela indicação do Presidente e esperamos que ele, reafirmando sua tradição democrática, prestigie a lista elaborada por todos os membros do MPU”, afirma.


Veja abaixo o resultado geral das votações:
Ela Wiecko Volkmer de Castilho - 573 votos
Antonio Fernando Barros e Silva de Souza - 510 votos
Wagner Gonçalves - 422 votos

Valesca Monte participa de evento no Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil

terça-feira, 12 de junho de 2007






O dia 12 de junho não é uma data para comemorações, mas um dia de mobilização contra o trabalho infantil e do adolescente. É o que defende a Procuradora do Trabalho Valesca Monte, responsável pelo Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil no Distrito Federal, que também integra a Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho Infantil e do Adolescente do Ministério Público do Trabalho (MPT). A busca desse objetivo motivou a assinatura do termo de repactuação do compromisso para prevenção e eliminação do trabalho infantil e proteção do adolescente trabalhador no Distrito Federal pelo Governador José Roberto Arruda.


No documento o Governador se comprometeu a empreender esforços para que o Distrito Federal seja a primeira unidade da Federação a erradicar o trabalho infantil, com prazos e metas definidas. A assinatura do documento aconteceu durante as celebrações no Conjunto Cultural da República, em Brasília, na presença de crianças e autoridades.


Para viabilizar o pacto, o Governador José Roberto Arruda anunciou a liberação de R$ 250 mil visando contratar monitores e retirar as crianças das ruas. O documento também foi assinado pelos representantes das Secretarias de Desenvolvimento Social e do Trabalho, pela Agência de Turismo do DF e pelo Sindicato de Bares, Hotéis e Restaurantes. O governo promete ainda aumentar a fiscalização contra o trabalho de crianças nas ruas do DF.


A procuradora do Ministério Público do Trabalho Valesca Monte confirma a importância do pacto firmado nesta terça-feira, 12 de junho, mas lembra que é preciso acompanhar essa realidade de perto. Em entrevista ao telejornal DFTV Primeira Edição, Valesca Monte enfatizou: “Os pactos governamentais firmados são importantes, já que agendam formalmente a luta, mas é preciso averiguar, daqui a um ano, se o número de crianças no trabalho infantil diminuiu.”


Segundo ela, “essas ações precisam se refletir nas crianças e não nos políticos. É preciso conscientizar a sociedade da importância dessa meta e dar um basta no trabalho infantil.” O importante, ressalta a Procuradora do Trabalho, é dar cidadania a essas crianças, inseri-las nos programas sociais oficiais e assistir suas famílias”.


De acordo com dados oficiais, existem no Distrito Federal 7.572 meninos e meninas, com idade entre 5 e 15 anos, trabalhando, apesar de a lei brasileira ser clara: o trabalho só é permitido a partir dos 16 anos de idade, exceto para os jovens com mais de 14 anos, na condição de aprendiz, segundo a Constituição Federal. Mas é preciso que eles tenham o registro na carteira de trabalho. Fora disso, qualquer forma de trabalho infantil é considerado uma violação do direito da criança.


Para a Procuradora Valesca Monte, colocar a criança para realizar algumas tarefas em casa faz parte de sua criação, da sua educação. E explica que a exploração acontece quando o adulto priva a criança do direito à educação e a põem para trabalhar em sinais de trânsito, por exemplo, vendendo balas. Valesca Monte lamenta que o trabalho infantil ainda não seja considerado crime, mas sim uma violação ao direito da criança.






12 de junho - DIA MUNDIAL CONTRA AO TRABALHO INFANTIL

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Governador José Roberto Arruda assina pacto contra o trabalho infantil


Dia 12 de junho é o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. No Distrito Federal, haverá uma ação sem precedentes. O governador José Roberto Arruda se encontrará com mil crianças e adolescentes e assinará o termo de repactuação do compromisso para prevenção e eliminação do trabalho infantil e proteção do adolescente trabalhador.


No documento o Governador se compromete a empreender esforços para que o Distrito Federal seja a primeira unidade da Federação a erradicar o trabalho infantil, com prazos e metas definidas. A solenidade contará com a presença da Procuradora do Trabalho Valesca Monte, responsável pelo Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil no Distrito Federal e integrante da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho Infantil e do Adolescente do Ministério Público do Trabalho (MPT).


A assinatura acontecerá durante as celebrações no Conjunto Cultural da República (veja programação abaixo). Na ocasião, também será inaugurado o início das ações do Centro de Inclusão Digital do IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), localizado na Biblioteca Nacional, que promoverá cursos de inclusão digital, com prioridade para crianças e adolescentes em situação de risco. Haverá também o lançamento da campanha “Direitos da Criança – Vamos Fazer Valer”, que visa sensibilizar contra o trabalho infantil no Distrito Federal, sendo uma iniciativa do Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil no DF e com execução a cargo do Projeto Catavento de Combate às Piores Formas de Trabalho Infantil no DF.


As crianças e adolescentes participantes do evento elaborarão painéis sobre o tema trabalho infantil e finalizarão a celebração com um abraço no Museu da República, simbolizando o mundo. As crianças levantarão um Cartão Vermelho contra o Trabalho Infantil em todo o Planeta. Na seqüência, darão o Cartão Azul pela implementação dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.


Dados

Em 2005, após 14 anos de contínua queda, os índices de trabalho infantil cresceram, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE. O Distrito Federal tem participação nesse índice. Segundo dados da PNAD, entre 2004 e 2005, o DF teve aumento de 4.700 crianças entre 5 e 15 anos no trabalho infantil. No DF, 1,6% da população nessa faixa etária está no trabalho precoce, sobretudo no setor informal urbano e no trabalho infantil doméstico. Em números absolutos, são 7.572 crianças exploradas no trabalho, segundo dados da PNAD 2005. Segundo essa mesma pesquisa, o Brasil tem 2,5 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos trabalhando, praticamente 7% da sua população nessa faixa etária.

Trabalho infantil, de acordo com as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), é todo aquele trabalho que prejudica o bem-estar das crianças e que compromete a sua educação, desenvolvimento e vida futura. Quando as crianças são forçadas a trabalhar durante longas horas, a sua disponibilidade para ir à escola ou centros de formação é muito limitada, impedindo-as de, por meio da educação, serem resgatadas da pobreza no futuro.


O Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil - 12 de Junho - representa um marco significativo no esforço global pela eliminação desse tipo de violação de direito. Nessa data:


  • O GDF se comprometerá a empreender esforços para que o Distrito Federal seja a primeira unidade da Federação a erradicar o trabalho infantil
  • Mil crianças participarão de grande mobilização no Conjunto Cultural da República, em Brasília
  • O evento incluirá o lançamento de campanha de sensibilização e inauguração do Centro de Inclusão Digital para crianças e adolescentes em situação de risco
  • No encerramento as crianças darão um “abraço” no Museu Nacional, levantando o Cartão Vermelho contra o Trabalho Infantil e o Cartão Azul pela implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio



Agenda:

O que: Mobilização do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil

Data: 12 de junho

Horário: das 8h às 11hLocal: Conjunto Cultural da República (Museu da República e Biblioteca Nacional) - Brasília – DF


PROGRAMAÇÃO

12 de junho de 2007 - DIA MUNDIAL DE COMBATE AO TRABALHO INFANTIL

Local: Conjunto Cultural da República - Brasília - DF

Horário: das 8h às 11h



CENTRO DE INCLUSÃO DIGITAL DO IBICT

Horário: das 8h às 11h

Participantes: 27 adolescentes do Projeto Catavento

Atividade: Inauguração de sala do Centro de Inclusão Digital do IBICT. Conversa virtual (web conferência) com crianças e adolescentes de Portugal e aula inaugural


AUDITÓRIO DO MUSEU NACIONAL

Horário: das 9h30 às 10h30

Participantes: 600 crianças

Atividades:

a) lançamento da campanha de sensibilização contra o trabalho infantil no Distrito Federal - “Direitos da Criança - Vamos Fazer Valer”;

b) assinatura do termo de repactuação pela eliminação do trabalho infantil no Distrito Federal

Brincadeira/dinâmica com as crianças

Fala de uma criança do Projeto Catavento para lançar a campanha

Fala do Governador José Roberto Arruda

Brincadeira/dinâmica com as crianças para encerramento

Autoridades falam com a imprensa



TÉRREO DA BIBLIOTECA

Horário: das 8h às 11h

Participantes: 400 crianças

Atividade: Atividade de arte/educação para crianças. Monitores apóiam e animadores coordenam

Crianças recebem lanche ao sair do ônibus e tomam lanche antes do início da atividade

Crianças produzem grandes painéis sobre o trabalho infantil para exposição posterior

Atividade tem registro em filme



MUSEU DA REPÚBLICA

Horário: às 11h

Participantes: 1.000 crianças

Atividade: Distribuição do Cartão vermelho e abraço das crianças em torno do Museu: Cartão Vermelho Contra o Trabalho Infantil no mundo

Cada monitor coordena o grupo de crianças para o abraço ao museu

Após o abraço, crianças retornam ao ônibus e recebem frutas e água

Um dia sem festas

A data, no Brasil, é comemorada como sendo o Dia dos Namorados. Mas 12 de junho, para milhares de crianças brasileiras, é lembrado também como um dia de conquistas. É o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, mas há pouco o que comemorar.


Para o Ministério Público do Trabalho (MPT), trabalho Infantil é aquele que prejudica sobremaneira o bem-estar das crianças, que compromete a sua educação, seu desenvolvimento e vida futura. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), toda criança necessita ir à escola, brincar, dormir bem e alimentar-se de forma saudável.


Em todo o mundo existem cerca de 350 milhões de crianças, com idade entre 5 e 17 anos, trabalhando. Dessas, 250 minhões – que equivalem a uma criança em cada seis no mundo – estão submetidas a condições de exploração. Entre elas, 170 milhões trabalham em condições consideradas perigosas e 76 milhões não têm nem 10 anos de idade, segundo dados de 2002 da OIT e do Programa Internacional para Eliminação do Trabalho Infantil (IPEC).

Trabalho Infantil em números

Só no DF são 7.572* crianças, com idade entre os 5 e 15 anos, atuando no trabalho precoce. A concentração aparece com maior intensidade no setor informal urbano e no trabalho infantil doméstico. No Brasil, dentro da mesma faixa etária, são 2,5 milhões de crianças. Na América Latina e Caribe são 17,4 milhões.


No DF o número surpreende, pois foram 14 anos de quedas nos índices. Mas, entre 2004 e 2005, houve um aumento de quase 50%, passando de 4.700 crianças e adolescentes no trabalho infantil para os atuais 7.572.


Se 250 milhões de crianças não fossem exploradas e tivessem acesso à educação a vantagem econômica global seria notável, defende a Organização Internacional do Trabalho (OIT).


Em 20 anos, para cada dólar gasto em educação das crianças que atualmente são exploradas, se obteria um incremento na renda de 9,9 dólares em média no mundo, e 15,6 dólares em média nos países emergentes.


A eliminação do trabalho infantil causaria, nos mesmos 20 anos, um incremento médio de 9,3% do PIB nos países da América Latina e de 5,1% nos emergentes (resultado da pesquisa de dezembro de 2003, realizada pela OIT e IPEC).


* Dados de 2005, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE.