Todos os profissionais que atuam no local são de empresas terceirizadas
O
Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF) apurou
irregularidades trabalhistas no Hospital Santa Lúcia S.A. e ajuizou
Ação Civil Pública (ACP) pedindo a eliminação da terceirização
e reparação do prejuízo causado à sociedade.
Na
ACP, o procurador Carlos Eduardo Carvalho Brisolla requer à
Justiça Trabalhista que o Hospital não
mais celebre contratos com empresas terceirizadas para
execução de suas atividades finalísticas; rescinda os contratos
atualmente existentes – sem prejuízo da continuidade da prestação
dos serviços à população –; contrate pelo regime da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) quadro de profissionais
médicos e seja condenada em R$ 500 mil por danos morais coletivos.
“Ao
descumprir intencionalmente a legislação trabalhista mediante
conduta ilícita, o réu causou e vem causando danos de natureza
material e moral coletiva aos trabalhadores e, por fim, à própria
sociedade, de forma difusa, na medida em que viola os direitos
constitucionalmente garantidos aos trabalhadores”, afirma Carlos
Brisolla.
A
audiência inaugural está agendada para a próxima terça-feira
(10/6) às 13h55, na 17ª Vara do Trabalho de Brasília.
Entenda
o caso:
O
Santa Lúcia mantém prática de contratar empresas terceirizadas
para a prestação de serviços médicos (área-fim de qualquer
hospital) como os de cardiologia, UTIs, atendimento neonatal,
radiologia, entre outros, não tendo nenhum profissional oriundo do
seu quadro de empregados.
Além
da terceirização da área-fim, o caso ainda possui agravante, pois
algumas dessas empresas só existem para prestação de serviços exclusivos ao Santa Lúcia.
Elas se utilizam de toda a estrutura física,
tais como equipamentos e aparelhos necessários para atividade
profissional e ainda têm
suas
sedes
localizadas
dentro do próprio Hospital,
evidenciando
que foram criadas apenas para as contratações dos médicos, que
deveriam ter contratos
firmados
diretamente com o Santa Lúcia.
Para
o procurador Carlos
Eduardo Carvalho Brisolla
“tais constatações
alcançadas pela fiscalização demonstram claramente que o modelo de
contratação atualmente adotado pelo Hospital
pode causar prejuízos à
comunidade
e que há falhas no controle administrativo organizacional do
hospital”.
Processo nº
0000683-94.2014.5.10.0017
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