Pessoas que se classificam como negras e pardas já representam mais da metade da população brasileira, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar disso, a discriminação racial ainda é latente em vários segmentos da sociedade, dificultando a inserção de negros no mercado de trabalho. No mundo da moda essa realidade não é diferente. Em 2008, o procedimento investigatório instaurado pelo Ministério Público de São Paulo concluiu que dos 1.128 modelos que passaram pela passarela do São Paulo Fashion Week, apenas 28 eram afrodescendentes.
A fim de garantir que situações como essa não se repitam, o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal, representado pelo procurador Valdir Pereira da Silva, firmou acordo com a organização do Capital Fashion Week – maior evento de moda do Distrito Federal – que assegura o percentual mínimo de 10% de modelos afrodescendentes por desfile. “O combate a todo tipo de discriminação nas relações trabalhistas faz parte do plano estratégico do Ministério Público do Trabalho”, ressalta o procurador Valdir Pereira.
O inquérito civil teve como ponto de partida ofício em que a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) solicita providências em várias cidades, com base no caso do São Paulo Fashion Week.
Maria das Graças Santos, diretora executiva do Instituto N'Zinga Mbandi, elogia a medida tomada pelo Ministério Público e afirma que essa política de incentivo trará mais oportunidades para modelos negros. “A participação do MPT está sendo fundamental nesse processo. Primeiro porque apura se de fato a legislação, no que diz respeito à discriminação, está sendo cumprida. Segundo, porque promove o debate desse tema tão importante entre organizadores e empresas responsáveis pelos eventos de moda no País”, afirma Maria das Graças. (GL/)
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