Greve dos trabalhadores da Coopatram continua

Nova rodada de negociação vai acontecer hoje às 17h30 para solucionar o pagamento dos salários atrasados e suspensão da greve dos rodoviários.


Audiência realizada na manhã de hoje, no Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT), mediada pelo procurador Luis Paulo Villafañe, reuniu dirigentes da Cooperativa de Profissionais Autônomos do Transporte de Samambaia (Coopatram) e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Passageiros Urbanos, Interestaduais, Especiais, Escolares, Turismo e de Carga do Distrito Federal (Sittrater) na busca pela solução dos graves problemas dos trabalhadores.

Cerca de 370 empregados da Coopatram, empresa de transporte coletivo que atende Planaltina,Vale do Amanhecer, Arapoanga, Plano Piloto, permanecem em greve. O Sitratter encaminhou denúncia ao MPT sobre irregularidades praticadas pela Cooperativa, solicitando mediação para solucionar o movimento paredista e pagamento do passivo trabalhista.

Uma série de irregularidades, como atraso de pagamento de até cinco meses de salário, não recolhimento do Fundo de Garantia e das verbas previdenciárias, atraso no pagamento do vale alimentação e transporte, entre outras questões criaram situação de revolta entre os trabalhadores. Segundo Aldenor Ferreira da Silva, que trabalha na lavagem dos ônibus, o atraso dos salários atinge todos os funcionários. “Já estou há dois meses sem receber nada, nem salário nem ticket- alimentação. Estou com aluguel, água, luz e telefone atrasados, até com dificuldades para comprar comida. Não sei o que vou fazer se não receber esse mês”, desabafa o trabalhador.

Segundo o presidente do Sittrater, João Osório, metade da receita bruta da Cooperativa está comprometida com o pagamento do Banco de Brasília (BRB), pelo financiamento dos ônibus. Aproximadamente 30% dos custos ficam com o combustível. “Resta muito pouco para honrar os compromissos com a folha de pagamento. O recebimento do salário é sagrado”, explica o presidente.

Ficou decidido que a Coopertram vai discutir com a diretoria do BRB alternativas para diminuir o nível de seu endividamento. Por outro lado, buscará liberação de linhas rentáveis para superar as dificuldades da Cooperativa, na DFTRANS – Transporte Urbano do Distrito Federal. (GL/)