MPT requisita do Ministério da Saúde convênio firmado entre a Opas e o governo cubano

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) no Distrito Federal Sebastião Vieira Caixeta – responsável pela condução do inquérito civil ouviu, na audiência pública realizada na tarde de hoje (30/8), as explicações sobre o Programa Mais Médicos dos representantes dos Ministérios da Saúde e da Educação.

 Os executores entregaram documentação que compõem o arcabouço jurídico que fundamenta o Programa.

O procurador realçou a importância da análise do convênio existente entre a Organização Pan-Americana de Saúde e o governo cubano para esclarecer os possíveis aspectos trabalhistas existentes nesse documento. “O Programa tem de respeitar os valores das relações de trabalho garantidas na Constituição Federal”, destaca.

De acordo com o procurador Sebastião Vieira Caixeta, “esse inquérito foi necessário por haver descompasso entre os termos da Medida Provisória e as notícias veiculadas, inclusive pelo site do Ministério da Saúde. Afinal, a Medida Provisória não pode afastar o direito garantido por Lei”. O procurador entende que o Mais Médicos necessita de atos complementares para delinear o seu modo de funcionamento.

Para Jean Keij Uema, consultor jurídico do Ministério da Saúde, a audiência foi importante para que sejam esclarecidas as características básicas do Mais Médicos. “O Programa não gera uma relação de trabalho, mas uma relação de ensino, pesquisa e extensão. As atividades serão realizadas com supervisão de universidades públicas renomadas”, explica. Na mesma linha, o representante do Ministério da Educação, Vinícius Ximenes Muricy da Rocha, ressaltou as conformações de ensino e especialização do Mais Médicos. “As universidades e os programas de residência médica tem o papel formativo e vão possibilitar, também, a avaliação continua. Esta é a atividade precípua do Programa”, complementa.

Segundo o coordenador do Programa, o médico Felipe Proença de Oliveira, “a formação pretende focar no sistema de atenção básica para distanciar um pouco do que é visto nos hospitais e ainda promover a interação e troca de experiência entre todos os envolvidos”, afirma.

Na visão do representante do Tribunal de Contas da União, Pedro Henrique Braz de Sousa, “há necessidade de se conhecer os termos de parceria entre a OPAS e o governo de Cuba para que aja conhecimento e transparência na formação dos médicos e que seja cumprido o real objetivo traçado pelo Programa, de especializar-se na atenção básica em um período de três anos”.

O Ministério Público do Trabalho vai compartilhar as informações oriundas da investigação com o Tribunal de Contas da União.
  
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