Trabalhadores sem receberem salários, falta de registro na Carteira
de Trabalho e Previdência Social (CTPS), condições precárias de
alimentação e alojamento e inexistência de equipamentos de
proteção individual foram irregularidades encontradas pelo Grupo
Móvel no Estado do Tocantins nas fiscalizações efetivadas nas
carvoarias no mês de abril.
Foram libertados 96 trabalhadores encontrados em situação de trabalho degradante, incluindo entre os explorados quatro mulheres e um adolescente.
Foram libertados 96 trabalhadores encontrados em situação de trabalho degradante, incluindo entre os explorados quatro mulheres e um adolescente.
O Grupo Móvel – que fiscalizou 31 carvoarias – contou com a
participação de nove auditores fiscais do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), quatro procuradores do Ministério Público do
Trabalho (MPT), seis agentes da Polícia Rodoviária Federal e seis
agentes da Polícia Federal.
Segundo avaliação da procuradora Flávia Bornéo Funck do
MPT de Araguaína, as condições de trabalho eram péssimas.
"Encontramos todo tipo de ilegalidade nessas carvoarias. Falta
de formalização dos contratos de trabalho; não fornecimento dos
equipamentos de proteção individual; a submissão de trabalhadores
a condições insalubres; exposição dos trabalhadores a riscos
graves de acidentes ou doenças profissionais; retenção no local do
trabalho por razão de dívidas; retenção de documentos e condições
precárias de alojamento e alimentação", enumera a procuradora
Flávia Funck .
As atividades das carvoarias que exploravam mão de obra de maneira
análoga a de escravo foram paralisadas e interditadas e exigidos
pagamentos das verbas rescisórias e a regularização dos problemas
encontrados. Além disso, o empregador arcou com os custos de
alimentação, alojamento e transporte desses trabalhadores até seus
locais de origem. Foram lavrados 185 Autos de Infração pelo MTE e o
montante de verbas trabalhistas a serem pagas supera os R$ 278 mil.
Os trabalhadores resgatados vão receber seguro-desemprego.
Os procuradores firmaram Termos de Ajuste de Conduta (TAC) com os
exploradores das carvoarias e também com os proprietários das
fazendas. Nos TACs, os compromissários reconhecem as obrigações de
pagar as verbas rescisórias devidas a cada trabalhador e
indenizações por dano moral individual. Quanto ao dano moral
coletivo, os procuradores vão instaurar Inquérito Civil para apurar
a responsabilidade dos proprietários das terras arrendadas, dos
transportadores e das siderúrgicas, completando a cadeia produtiva
do carvão o que vai possibilitar a responsabilização dos agentes
setoriais de acordo com a capacidade econômica do infrator.
Os empresários também se comprometeram a regularizar as condições
de meio ambiente de trabalho, alojamentos, fornecimento de água,
fornecimento de EPIs, sob pena de multa em caso de descumprimento. Os
valores das penalidades serão revertidos em benefícios da
coletividade.
Os procuradores lotados no Tocantins: Flávia Bornéo Funck –
representante da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho
Escravo (CONAETE) no Tocantins –, Alexandre Marin Ragagnin,
Lilian Villar Dantas, Ana Raquel Souza Sampaio e o procurador
Emerson Albuquerque Resende do MPT do Estado de Sergipe participaram
da operação.
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