Nota do Ministério Público do Trabalho sobre as condições laborais dos motoristas e cobradores do transporte de passageiros no Distrito Federal

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O Ministério Público do Trabalho investigou, nos últimos anos, as condições laborais dos cerca de 15 mil motoristas e cobradores do transporte de passageiros no Distrito Federal, e as conclusões são preocupantes, o que motivou a adoção de medidas judiciais visando à preservação da saúde e da segurança daqueles profissionais e, consequentemente, à melhoria das condições do transporte público para os consumidores (passageiros) deste serviço.

Foram investigadas todas as empresas de transporte coletivo no Distrito Federal, constatando-se que cerca de 45% dos motoristas e cobradores apresentam perda auditiva devido aos níveis elevados de ruído, sendo este um dos índices mais altos do País. Outras doenças ocupacionais relacionadas à profissão são lombalgias, hipertensão arterial e doenças psicológicas relacionadas ao estresse, tais como irritabilidade, distúrbios do sono, déficit de atenção e concentração, cansaço crônico e ansiedade, entre outros efeitos danosos.

A atividade de dirigir ônibus urbanos é uma das mais arriscadas do ponto de vista auditivo em razão das condições de trabalho impostas aos motoristas e cobradores: a posição habitual do motor destes veículos (principal fonte de ruído e de vibração, instalado na frente, ao lado do motorista); a grande potência deste motor; o alto nível de ruído do ambiente urbano; o tempo de exposição (podendo ser superior a oito horas diárias) e a falta de manutenção dos veículos.

Atualmente, 97,97% dos ônibus que transitam no Distrito Federal possuem motor dianteiro, contra 2,03% que trafegam com motor traseiro. Acrescente-se que todos os fabricantes de chassis comercializados no Brasil oferecem opções de veículos com motor traseiro ou dianteiro.

Estas constatações, feitas nos vários Inquéritos Civis, demonstram a necessidade de adoção, pelas empresas e pelo Distrito Federal, de ações de prevenção à perda auditiva, tais como manutenção periódica dos ônibus, avanços tecnológicos na fabricação destes veículos e implementação dos programas ocupacionais para melhoria das condições de trabalho, visto que é impossível o uso de EPI auditivo pelos motoristas. Além disso, é ideal que sejam utilizados apenas ônibus com motor traseiro, uma vez que esses emitem menor nível de ruído, vibração e calor, melhorando as condições de trabalho dos motoristas e cobradores e de prestação dos serviços à população.

O momento é único, pois, de acordo com o novo edital de licitação: a) o prazo de concessão da nova frota será de dez anos, prorrogáveis podendo ser de até 20 anos em casos justificáveis; b) a prestação dos serviços a serem concedidos deverá ser iniciada com a frota integralmente nova (zero quilômetro); c) a vida útil dos ônibus será de sete a dez anos, tempo suficiente para que as empresas concessionárias recobrem os custos de investimento na melhoria das condições de trabalho (dos empregados) e de prestação de serviços (dos usuários); d) o valor a ser pago pelo Distrito Federal às empresas de transporte é de quase R$ 8 bilhões, quantia bastante elevada que justifica a consideração da saúde dos trabalhadores (motoristas e cobradores) como uma das meta do sistema de transporte público do Distrito Federal.

As ações do Ministério Público do Trabalho visam a evitar que um grande número de motoristas e cobradores sejam demitidos, no futuro, pelas empresas de transporte público por apresentarem problemas auditivos irreversíveis. Com o passar do tempo, seria inviável a quantidade de trabalhadores com deficiências adquiridas no ambiente de trabalho e com dificuldades de encontrar novos postos de trabalho.

Por fim, frise-se que o Ministério Público do Trabalho tem a prerrogativa e o dever de fazer prevalecer o direito de todos os trabalhadores à higiene, à saúde e à segurança laborais em face das empresas e dos entes públicos inadimplentes, com vistas à viabilizar o respeito à dignidade e às integridades física e psíquica dos rodoviários.

Projeto MPT na Escola chega ao P Norte

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Procuradora Valesca Monte explica
características do trabalho infantil
doméstico
A procuradora Valesca de Morais do Monte apresentou, na manhã desta segunda-feira (24/9), o projeto MPT na Escola aos professores da Escola Classe P Norte, em Ceilândia.

Políticos não podem explorar mão de obra infantil nas campanhas eleitorais

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A procuradora do Trabalho Lílian Vilar Dantas Barbosa, representando o Ministério Público do Trabalho em Palmas (TO), notificou os partidos políticos e as coligações, que participam do processo eleitoral municipal, para que se abstenham de utilização de crianças e adolescentes como mão de obra de suas campanhas.

Pedido do MPT para sustar licitação dos ônibus é acatado pela Justiça do Trabalho

O Ministério Público do Trabalho (MPT), representado pelo procurador Alessandro Santos de Miranda, obteve na Justiça Trabalhista a suspensão da concorrência pública para a concessão do serviço básico do Sistema de Transporte Público Coletivo do Distrito Federal.